A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik, passou o dia em audiências com autoridades e visitas a comunidades atingidas pelas obras da Copa de 2014.
Seu dia começou com um encontro com o prefeito José Fortunatti, onde reforçou a necessidade de que o planejamento urbano não seja feito na esteira de megaeventos como a Copa. Megaeventos desse tipo, conforme ela tem podido ver em seu trabalho para a ONU, submetem as necessidades dos moradores e usuários das cidades aos interesses corporativos e da especulação imobiliária. Não apenas não resolvem os problemas urbanos, expulsam os mais pobres dos centros das cidades e criam grandes oportunidades de lucro privado sobre áreas públicas; mas a "'desculpa destes eventos leva à criação de verdadeiros 'estados de exceção'" que se sobrepoõe a direitos como moradia adequada e reassentamento das famílias na mesma área.
Lideranças comunitárias que participaram da segunda metade da reunião ressaltaram a importância da mobilização popular para conseguir que a prefeitura as escutasse. O prefeito Fortunatti disse que os direitos das comunidades não seriam feridos e elas seriam consultadas e plenamente informadas em toda a duração do processo, mas não assumiu nenhum compromisso concreto.
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