Por Juremir Machado da Silva - Correio do Povo
Acompanhei parte de um tour, ontem pela manhã (23/1), por Porto Alegre. Uma visita a lugares que serão afetados pelas obras da Copa Mundo. Fui junto com o pessoal dos Comitês Populares da Copa. A turma está na capital gaúcha para o Fórum Social Temático. Um passeio guiado pelos participantes locais do CPC para gente de fora. Vimos a Arena do Grêmio crescendo sem parar. Assustador! Depois, fomos à Vila Dique Nova, conjunto habitacional para onde foram removidos moradores da Vila Dique de maneira a permitir o avanço das pistas do Aeroporto Salgado Filho. A falta da escola e do posto de saúde prometidos foi ironizada com um "estão vendo que belo posto", "estão vendo a escola?". Críticas duras para uma situação dura.
Um folheto do Comitê Popular da Copa Rio diz que os gastos com o torneio de 2014 no Brasil chegarão a R$ 100 bilhões. Agora vem o mais impressionante. Caro leitor, pela boa relação que temos mantido ao longo desses anos todos, com poucos conflitos, sugiro ter à mão um copo de água com açúcar: "Apenas 1,44% do total sairá da iniciativa privada". Se o leitor não tiver desmaiado, veja isto: R$ 336 milhões de um total de R$ 100 bilhões. Trata-se de uma questão de prioridades muita justa. O Brasil é um país rico que já resolveu todos os seus problemas de moradia popular, de hospitais e de escolas. Não se sabia o que fazer com o dinheiro excedente. Além disso, cartolas, clubes de futebol, empreiteiras e entidades como a CBF e a Fifa precisam de ajuda estatal para subsistir. A Copa do Mundo surgiu como um bom pretexto para o Brasil fazer o que tanto lhe cobram: distribuição de renda. Sem dúvida, será uma das maiores distribuições de renda da história deste bravo país. Uma transferência de renda pública para grupos privados.
De quebra, o Brasil atenderá a outra reivindicação dos seus críticos: o Estado será uma alavanca para o desenvolvimento e, ao mesmo, ficará menor. Teremos, enfim, um Estado mínimo. O máximo acabará nos cofres dos idealizadores da Copa que colocará o Brasil no mundo. Até o Beira-Rio receberá dinheiro público, pois as obras serão feitas com dinheiro obtido pela Andrade Gutierrez no BNDES com juros camaradas. Que fazer? A boa imagem do Brasil no exterior não tem preço. Quer dizer, serão apenas R$ 100 bilhões. Bem, talvez 150, que é difícil fazer cálculos definitivos. Sempre pode haver necessidade de um aditivo. O folheto do CPC-Rio parece não acreditar nos sinceros esforços da CBF para melhorar nosso país: "Está prevista a remoção de 150 mil famílias em comunidades por todo o Brasil. Ilegalidades, arbitrariedades e truculência têm marcado os despejos". Mais: "São bilhões do orçamento sendo gastos sem qualquer tipo de participação popular. E a Fifa ditando as regras e mudando nossa legislação. Durante os jogos, seremos proibidos até de nos manifestarmos". É, assim, na lata.
Esses militantes não compreendem que a Fifa só quer o nosso bem. Graças a ela, nossas autoridades resolveram bancar obras para as quais diziam não ter dinheiro. Santa Fifa. Faz tudo isso por amor incondicional ao esporte.
De quebra, o Brasil atenderá a outra reivindicação dos seus críticos: o Estado será uma alavanca para o desenvolvimento e, ao mesmo, ficará menor. Teremos, enfim, um Estado mínimo. O máximo acabará nos cofres dos idealizadores da Copa que colocará o Brasil no mundo. Até o Beira-Rio receberá dinheiro público, pois as obras serão feitas com dinheiro obtido pela Andrade Gutierrez no BNDES com juros camaradas. Que fazer? A boa imagem do Brasil no exterior não tem preço. Quer dizer, serão apenas R$ 100 bilhões. Bem, talvez 150, que é difícil fazer cálculos definitivos. Sempre pode haver necessidade de um aditivo. O folheto do CPC-Rio parece não acreditar nos sinceros esforços da CBF para melhorar nosso país: "Está prevista a remoção de 150 mil famílias em comunidades por todo o Brasil. Ilegalidades, arbitrariedades e truculência têm marcado os despejos". Mais: "São bilhões do orçamento sendo gastos sem qualquer tipo de participação popular. E a Fifa ditando as regras e mudando nossa legislação. Durante os jogos, seremos proibidos até de nos manifestarmos". É, assim, na lata.
Esses militantes não compreendem que a Fifa só quer o nosso bem. Graças a ela, nossas autoridades resolveram bancar obras para as quais diziam não ter dinheiro. Santa Fifa. Faz tudo isso por amor incondicional ao esporte.
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