terça-feira, 18 de março de 2014

NOTA DE SOLIDARIEDADE DO COMITÊ POPULAR DA COPA PORTO ALEGRE AOS INTEGRANTES DO BLOCO DE LUTAS

No dia 14 de Março, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul anunciou o indiciamento de seis jovens, integrantes do Bloco de Lutas pelo Transporte 100% Público, como responsáveis pelos danos materiais e físicos ocorridos durante os protestos contra o aumento da passagem, no ano passado em Porto Alegre (RS). No inquérito, são acusados pelos crimes de posse e emprego de explosivos, furto qualificado, dano simples e qualificado, lesão corporal e constituição de "milícia privada".

Quem participa da organização do Bloco de Lutas, esteve nas mobilizações ou até mesmo acompanhou os protestos pela mídia, conhece esses jovens. Todos eles têm ligação aberta com organizações políticas de esquerda. Todos eles foram entrevistados e participaram de debates na mídia, seja a corporativa, seja a alternativa. São pessoas que, assim como várias outras, devido à luta e às conquistas do Bloco, acabaram se tornando públicas.

E são os mesmos que já vêm sendo criminalizados pela Polícia Civil, chefiada pelo governador Tarso Genro. Em outubro de 2013, alguns deles tiveram suas casas invadidas e vasculhadas pela polícia, que até mesmo apreendeu livros de cunho marxistas e anarquistas. Na época, o Ministério Público negou a prisão preventiva desses jovens.

O inquérito utiliza uma prática da Polícia já conhecida e sofrida pelos movimentos sociais gaúchos. A partir da exposição pública na mídia ou em suas próprias organizações, pessoas tidas como lideranças são indiciadas, para que todos os demais integrantes se sintam coagidos e como forma de exterminar os movimentos de contestação. O governo estadual, que se vangloria e defende o pouco uso da força física pela polícia, investe na violência e na criminalização política, que pode ser tão agressiva e tão devastadora quanto uma bala de borracha, algemas ou gás lacrimogêneo. Acusar estes jovens de formarem uma "milícia privada" é totalmente incoerente e irresponsável.

O Comitê Popular da Copa Porto Alegre se solidariza aos indiciados e suas organizações e exige a extinção e arquivamento deste inquérito, que criminaliza os que lutam. Infelizmente, este é mais um capítulo da violência dos governos à periferia e de criminalização dos movimentos populares e sociais. Essa mesma violência promovida pelas polícias e pelos governos (e que se amplia às esferas federal, governo Dilma - e municipal, governo Fortunati) é a mesma sofrida pelos moradores das periferias de Porto Alegre e demais cidades do país: violência física e moral numa abordagem de "rotina" das polícias; a violência em não ter rede de esgoto encanado, luz e água; a violência de não ter creches públicas, para que os pais possam trabalhar, e com a tranquilidade de que seus filhos estarão bem; a violência de não existirem escolas e saúde pública gratuita e de qualidade; a violência de pegar ônibus lotados, demorados e caindo aos pedaços, pagando passagem cara; a violência de não ter praças e parques públicos, arborizados e bem iluminados para passear, bater uma bola, conversar e tomar chimarrão; a violência de não terem moradia decente e, ainda se estiverem no caminho das obras da Copa do Mundo FIFA, serem despejados ou jogados pela prefeitura em qualquer lugar da cidade. E se estes moradores se revoltarem, se organizarem e forem à luta para reivindicar, terão a ação policial como resposta aos seus anseios.

Uma violência que tem ficado maior e mais repressiva com a aproximação da Copa do Mundo no país. Em nome da dita "paixão nacional, o futebol", os governos aplicaram bilhões de reais em estádios caríssimos e que, alguns, não terão mais uso após o evento. Empreiteiras estão ganhando milhões com as construções das estruturas do evento e com as obras de mobilidade nas cidades, que estão sendo feitas a toque de caixa, com custos mais elevados do que a projeção inicial e desrespeitando a vontade e os direitos da população.

E tudo isso, para jogos em que a grande maioria dos brasileiros não poderão assistir nos estádios, pois não terão dinheiro para comprar ingresso. E nem mesmo poderão chegar perto do estádio, pois a FIFA, com a aprovação da maioria de nossos deputados e senadores, determinou a Zona de Exclusão - em um perímetro de 2km ao redor das Zonas FIFA (estádios, Fan-fest, locais de treinamento e hospedagem das seleções), somente poderá entrar quem tiver ingresso e não poderão ter ambulantes e nem bares vendendo comidas e bebidas que não sejam as dos patrocinadores (Coca-Cola, Mc Donalds e cervejas da AMBEV).Tudo isso protegido pela Força Nacional de Segurança.

A aprovação de diversas leis de exceção, como a “Lei de Garantia da Ordem” e a “Lei Antiterrorismo”, vem para assustar e criminalizar os que lutam. Milhões estão sendo investidos para armar as polícias.

O Comitê Popular da Copa Porto Alegre sempre esteve nas ruas com quem está lutando e convidamos as demais pessoas a se somarem à gente. É preciso entender a mobilidade como acesso à cidade: uma cidade de todos e para todos. Para garantir que o transporte seja 100% público, de qualidade e com preço acessível, nos manteremos nas ruas mobilizados!

Os governos e suas polícias não nos calarão e não nos deterão a reivindicar o que é nosso e de direito!

Em 2014, #NãovaiterCopa, #Vaiterluta!

Comitê Popular da Copa Porto Alegre - Março de 2014



sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

#NãoVaiTerLiberdade? #CopaParaQuem?

A polícia brasileira está sendo usada como tática de repressão aos protestos direcionados ao que a Copa 2014 simboliza. Muitos foram feridos e muita violência ocorreu também por causa da ação dos policiais.

Saiba mais: http://www.portalpopulardacopa.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=547%3Acampanha-#copapraquem?-expõe-violações-de-direitos-e-questiona-real-legado-do-megaevento



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

#NãoVaiTerTorcida?

Nosso futebol vem sendo elitizado. Os ingressos estão mais caros e até para os clubes sai mais caro jogar nas "arenas da copa". Além disso, dentro dos estádios é imposta uma nova ordem de comportamento. Com a Copa do Mundo da FIFA, nem o futebol é mais do povo...

#CopaParaQuem? Veja mais sobre a campanha da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa: http://www.portalpopulardacopa.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=547%3Acampanha-#copapraquem?-expõe-violações-de-direitos-e-questiona-real-legado-do-megaevento

 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Na Copa do Mundo do Brasil, #Nãovaitermoradia?

O despejo forçado e as ameaças de remoção de mais de 250 mil famílias para as obras decorrentes da Copa é o tema da segunda peça da Campanha #Copapraquem?, da articulação dos comitês populares da Copa.



Veja mais infos aqui:
  http://comitepopularcopapoa2014.blogspot.com.br/2014/02/campanha-copapraquem-expoe-violacoes-de.html

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Campanha #COPAPRAQUEM? expõe violações de direitos e questiona real legado do megaevento



A Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) lança a Campanha #Copapraquem?. O objetivo é expor as violações de direitos humanos sofridas pela população em razão do megaevento e questionar o real legado que ficará para o país após os jogos.

A seguir, divulgamos a nota oficial da articulação dos comitês populares das 12 cidades-sede da Copa.

#COPAPARAQUEM?

Quando os Comitês Populares da Copa começaram a questionar o autoritarismo, a ganância e o desprezo pelos direitos humanos que envolvem a realização da Copa da FIFA, já há mais de três anos (portanto, ao contrário do que alguns afirmam, a resistência não é de agora), parecíamos pessimistas que não queriam ver a alegria do povo no “país do futebol”.
 
Hoje, entrando em 2014, as pessoas se perguntam: mas, Copa Para Quem? Os/as cidadãos/as do país do futebol não se deixam mais enganar tão facilmente. Poucos são os que acreditam que a Copa trará qualquer legado para a população. O que vemos nas 12 cidades-sede da Copa da FIFA: despejos (remoções forçadas), violação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, uma legislação de exceção, destruição do que era público para a construção de uma cidade privatizada orientada aos interesses das grandes empresas e corporações, aumento da exploração sexual infanto-juvenil. Somam-se a tudo isso, ainda, as violentas ações de repressão do Estado sobre a população e, o que é pior, a falta de diálogo e sensibilidade para com os milhões de indignados que saem às ruas.

Os governos também sabem que o projeto Copa é para uns poucos que podem lucrar com ele e, orientados que estão para proteger este negócio, têm investido tanto na criação de batalhões especiais, decretos e leis que nos fazem relembrar os piores tempos de autoritarismo quanto em uma propaganda barata que ataca qualquer opinião dissidente e tenta criar um clima artificial de celebração do mundial que, obviamente, já não se sustenta mais - se é que alguma vez ele foi sustentável. A expressão do medo e do autoritarismo do governo tenta silenciar as reivindicações legítimas dos brasileiros que vão às ruas protestar. Isso só intensifica o conflito. Não se cala as vozes com repressão, ainda mais quando o poder público deveria atuar para combater as violações de direitos humanos, não para piorar o processo.


Continue lendo a nota no "Mais informações"