A Polícia Civil gaúcha, que está sob comando do governo Tarso Genro, invadiu a sede do Moinho Negro (organização cultural) e o Assentamento Urbano Utopia e Luta. Também invadiu casas de militantes do PSOL e do PSTU, individualmente. Relatos de militantes, durante o dia, dizem que policiais rondaram a Via Campesina e o alojamento do MST, em Porto Alegre.
Tod@s, pessoas e organizações que compõem o Bloco de Luta pelo Transporte Público, que tem organizado os protestos pelo passe livre e transporte 100% público.
Matéria do Portal Sul 21 conta um pouco o caso: Polícia Civil faz buscas para investigar militantes do Bloco de Lutas em Porto Alegre
Repudiamos veemente essa ação, que é uma clara demonstração de repressão e criminalização dos movimentos e organizações sociais, dos que lutam por melhores condições de vida, por transporte público e de qualidade, por moradia digna, por saúde e educação pública e de qualidades. As constantes repressões da polícia nas manifestações, seja em âmbito municipal ou estadual, vêm crescendo e também são acompanhadas da perseguição politica e amedrontação das pessoas que se organizam e vão contra a maré.
Isso também é repressão e violência! O que as comunidades da periferia sofrem diariamente e historicamente; o que as comunidades atingidas pela Copa em Porto Alegre também sofrem.
Mas não desistiremos! E iremos nos preparar pois, à medida que nos aproximamos da Copa do Mundo, a repressão tenderá a ficar mais forte, infelizmente. Afinal, nossa luta é legítima!
Clique no link "Mais Informações" para ver as notas de repúdio das organizações:
NOTA DO BLOCO DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO SOBRE A CRIMINALIZAÇÃO DE MOVIMENTOS POLÍTICOS E SOCIAIS
Residências de militantes sociais e sedes de organizações políticas invadidas. Prisões arbitrárias de manifestantes em "flagrante" longínquo dos locais dos supostos delitos. Apreensão de livros e materiais políticos pela polícia. Parece uma narração do modo de operação da polícia durante a ditadura civil-militar, mas, na verdade, se trata da polícia civil sob o comando do governador Tarso Genro, tratando de intimidar e criminalizar os militantes e organizações que compõem o Bloco de Luta pelo Transporte Público, em parceria com um juiz a serviço dos poderosos da cidade. Trata-se de um claro movimento articulado das forças do Estado, que se explica a partir das relações de classe e de poder atuais, do passado recente e do futuro próximo.
O Bloco de Luta é uma organização de frente única, que congrega diferentes organizações políticas e sociais e indivíduos que primam pela independência de classe e de governos, que uniram forças em torno da pauta do transporte público acessível e de qualidade. Ao fazê-lo, rompeu com o consenso político estabelecido, desde o nível municipal até o nacional, e desnudou as relações promíscuas entre o empresariado e os governos, bem como os limites políticos da composição e conciliação de classes vigente no cenário político atual. As consequências desse consenso para os estudantes e trabalhadores são terríveis: no caso do transporte público, tem-se preços abusivos e serviços de péssima qualidade, resultando na espoliação dos salários em benefício da máfia dos transportes, na extensão brutal da jornada de trabalho e na degradação do espaço urbano, já que na outra ponta os governos subsidiam os empresários da indústria automobilística e os empreiteiros, congestionando e degradando as cidades.
Com a nossa luta, mesmo sob forte e reiterada repressão policial, conquistamos o cancelamento do aumento da tarifa de ônibus do início do ano, ainda que liminarmente - cancelamento esse que o prefeito Fortunati e seus assessores diziam ser "impossível". Interrompemos, ali, a naturalização do aumento anual abusivo, e politizamos o preço da tarifa e a gestão do transporte público. Provamos que a ação política organizada torna o "impossível" possível. Temos consciência também de que o nosso movimento foi o estopim mais imediato para as revoltas que tomaram dimensão nacional em junho, que abraçaram nossa pauta e a ampliaram.
Na véspera da greve geral do dia 11 de julho, ocupamos a Câmara de Vereadores e elaboramos projetos de lei que buscam garantir a transparência nas contas do transporte público e o passe-livre para estudantes, trabalhadores desempregados, indígenas e quilombolas, sem aumento da tarifa para os demais usuários. Durante a ocupação, também demonstramos na prática que outro tipo de organização social, autogestionária e sem relações de exploração, é viável e desejável, e contamos com a solidariedade de sindicatos e indivíduos. Porém, até hoje, o projeto de abertura de contas não foi votado, em descumprimento, pelos vereadores, do acordo judicial firmado para a desocupação, e tampouco o projeto de passe livre foi enviado à Câmara pelo prefeito.
Sabemos que a memória da ocupação e a existência destes projetos, bem como o fato de que os estudantes e trabalhadores sabem, a cada vez que andam de ônibus, que a redução da tarifa se deu pela mobilização popular, contra a vontade do prefeito e dos empresários, causam profundo desconforto no empresariado e nos governos, já que materializam uma ameaça ao seu arranjo de poder. Tudo isso tornou o Bloco de Luta uma força política real e temida por aqueles beneficiados pelo atual arranjo econômico e social, no Estado e no empresariado. Por isso, os vereadores governistas tramaram a instalação da CPI da ocupação, surdos às vozes das ruas, o que mais uma vez deixa claro a serviço de quem eles estão.
No futuro próximo, a Copa FIFA de 2014 pretende transformar a cidade em um território de exceção, com alterações de leis que objetivam a maximização dos lucros da FIFA e das empresas que patrocinam a Copa. O governo federal já declarou ser subserviente a esse processo (e parte dele), que ocorre às custas de remoções forçadas de moradias, cerceamento de direitos de manifestação e tudo o mais que esteja no caminho dos lucros corporativos. As forças de repressão do Estado sabem que o Bloco de Lutas se opõe ao estado de exceção exigido pela FIFA em parceria espúria com os governos, em todos os níveis, e que esta luta faz parte de nossa pauta. Temem, portanto, por seus lucros.
O Bloco questiona um modelo de urbanização e sociedade que degrada o espaço público em nome do lucro: congestiona a cidade, despeja os pobres e aniquila os bens culturais e ambientais, sucateia a educação, enquanto favorece os empresários do transporte, da construção civil, do agronegócio e dos mega-empreendimentos esportivos, aumenta a dívida pública e, assim, garante o financiamento de campanhas eleitorais. É por ter se constituído em referência e força política capaz de articular a contestação aos projetos em curso das corporações e de seus serviçais alojados no Estado que o Bloco está sendo alvo da operação criminalizadora desencadeada de forma coordenada pelas forças do Estado. Portanto, isto se insere no contexto mais amplo das lutas dos estudantes e dos trabalhadores pelo direito à cidade, bem como da luta por reparação daqueles historicamente espoliados deste país, os indígenas e quilombolas. O processo de criminalização em curso é uma reação contra aqueles que ousaram lutar por melhores condições de vida, contra os interesses de empresários e governos.
Portanto, convocamos a solidariedade de todos os estudantes e trabalhadorxs contra a repressão policial promovida pela polícia de Tarso Genro. O que está em jogo é a continuidade de um Bloco classista, combativo e independente, que já mostrou a que veio, e de que lado está. Não é à toa que o capital e seus auxiliares querem nos desarticular: eles sabem que nós defendemos o povo com independência. As promessas dos governos comprometidos com empresários não nos inspiram confiança; decidimos nos organizar de forma independente e autônoma para lutar por uma vida sem catracas. Para eles, isso é inadmissível. Não passarão!
PROTESTO NÃO É CRIME! NÃO AO ESTADO DE EXCEÇÃO!
CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO PROMOVIDA POR TARSO!
POR UM BLOCO DE LUTA CLASSISTA, AUTÔNOMO E INDEPENDENTE!
"Considerando que os senhores nos ameaçam com fuzis e com canhões, nós decidimos: de agora em diante, temeremos mais a miséria do que a morte." (Bertolt Brecht)
O Bloco de Luta pelo Transporte Público coloca esta nota à disposição para que entidades e indivíduos a ela se somem, convocando todxs que lutam por uma sociedade realmente democrática a assiná-la e compartilhá-la, em repúdio à criminalização de movimentos sociais e a qualquer forma de perseguição criminal fundada em motivos ideológicos
Sobre a invasão da Polícia ao Centro de Cultura Libertária da Azenha
Retirado do facebook do Moinho Negro
Mais uma vez a repressão deste estado policial bateu a nossa parte. Melhor dizendo, arrombou a nossa porta. Hoje, dia primeiro de outubro, as oito e quarenta da manhã, três policiais da civil arrombaram a porta do Centro de Cultura Libertária da Azenha. Ao escutar o barulho, os moradores da comuna que se localiza em cima do espaço desceram para averiguar, se surpreendendo ao encontrar os policiais na parte de baixo, revirando as coisas do espaço cultural. Possuíam um mandado de busca, e começaram a pegar materiais de propaganda, como cartazes e panfletos. Ligaram o computador da biblioteca e um dos policiais começou a mexer no mesmo. Outra policial começou a mexer nos documentos da associação, e pegou as fichas com os dados dos associados para levar apreendido. Protestamos diante deste fato, dizendo que não fazia sentido levar os dados dos associados ao espaço cultural, e a inspetora, grossa como uma boa policial, declarou que não tinha que dar explicações. Indagamos o delegado e ele nos devolveu os papéis cadastrais, ficando só com os dados do nome de quem aparece no processo. Aprenderam também uma garrafa com solvente de tinta a óleo, que provavelmente irão declarar que se trata um importante ingrediente de algum explosivo.
O mandado policial deixa explícito que estão investigando as organizações políticas que de alguma forma estão inseridas nos protestos deste ano, tentando identificar (leia-se: forjar) uma formação de quadrilha para provocar supostos atos de violência nos protestos.
A declaração da presidente Dilma foi clara: fará o possível e o impossível para que os protestos não adentrem 2014. Traduzindo, repressão, dura e forte, para sustentar este estado futebolístico-policial que está se transformando o Brasil. Invadindo nossas bibliotecas, nossas intimidades, nossos locais de reunião, destroem a falsa imagem que se baseia este estado dito democrático e de direito, onde a suposta associação e organização política são livre e independem de aprovação das forças da ordem. Nossos celulares e internets estão grampeados, para saciar a sede repressiva do governo dito dos trabalhadores, cujas práticas não diferem em nada dos que admitem ser da burguesia, governando para os ricos e espancando, matando e reprimindo os pobres e suas organizações.
“a burguesia certamente deixará o mundo em ruínas antes de abandonar o palco da história. Mas não tememos as ruínas, pois levamos um mundo novo em nossos corações, e este mundo cresce a cada instante.” B. Durruti.
BASTA DE CRIMINALIZAÇÃO AOS MOVIMENTOS SOCIAIS!
A LUTA NÃO SE REPRIME, PROTESTO NÃO É CRIME!
A LUTA NÃO SE REPRIME, PROTESTO NÃO É CRIME!
NOTA DE REPÚDIO À CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
O dia 1º de outubro ficará marcado na história dos movimentos sociais e organizações políticas como um dia de repressão contra a luta popular.
Desde o início da manhã, a Polícia Civil começou uma série de ataques às organizações e movimentos sociais que compõem o Bloco de Lutas. Uma série de indiciamentos e acusações veiculadas na grande mídia transmite incessantemente a ideia de que os que lutam são criminosos e quadrilheiros.
REPUDIAMOS VEEMENTEMENTE AS AÇÕES POLICIAS E A ATITUDE DO GOVERNO ESTADUAL EM CRIMINALIZAR A LUTA POPULAR.
Existem diversas formas de luta e todas elas merecem respeito pelos homens e mulheres que estão comprometidos com a transformação radical da sociedade em que vivemos. Por isso, nos solidarizamos com todos os companheiros e companheiras que foram incriminados judicialmente.
E mais uma vez colocamos a questão:
Quem controla a polícia? Se for o governo, mais uma vez estamos diante de quem se coloca como inimigo da luta social; se não há controle do governo, então estamos diante de grupos paramilitares. Exigimos uma retratação do governo do estado.
Nenhum passo atrás na luta.
Pátria Livre! Venceremos!
Porto Alegre, 1º de outubro de 2013.
Levante Popular da Juventude
Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
URGENTE: Polícia do Rio Grande do Sul invade casas de ativistas e confisca bens
Nota do PSTU sobre a repressão aos movimentos sociais
Nesta terça-feira, 1º de outubro, a polícia do governo Tarso Genro (PT) invadiu a casa de uma série de ativistas do movimento social e de organizações de esquerda na cidade de Porto Alegre (RS). Numa ação absurda, foram invadidas as casas dos militantes Matheus Gomes (PSTU), coordenador do DCE da UFRGS, e Lucas Maróstica (PSOL), ambos do Bloco de Lutas pelo Transporte Público. A polícia também invadiu o espaço cultural anarquista Moinho Negro em busca de computadores e celulares, sob a acusação de formação de quadrilha.
Mais uma vez, o governo Tarso reprime e persegue lutadores que participaram ativamente das mobilizações que vem sacudindo o país desde junho. É a mesma postura repressiva que o governo utilizou de forma generalizada contra as passeatas, através do uso de bombas de gás e tiros de borracha. São métodos violentos similares aos da ditadura militar, com agentes infiltrados no movimento, e agora com perseguição e invasão das casas de vários ativistas.
Durante as Jornadas de Junho, a sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG) já tinha sido invadida. As invasões que se iniciaram hoje pela manhã têm uma tendência a se ampliar para outros ativistas. Essa postura escandalosa do governo Tarso é mais um ataque aos movimentos sociais. Na semana passada, três professores foram presos de forma truculenta após uma manifestação e, agora, estão sendo indiciados pelo governo.
Nós, do PSTU, seguiremos lutando contra a criminalização dos movimentos sociais, e faremos uma denúncia implacável ao governo Tarso. Essa é uma tarefa do conjunto dos movimentos sociais na defesa de cada ativista e contra a repressão dos movimentos sociais.
Mais uma vez, o governo Tarso reprime e persegue lutadores que participaram ativamente das mobilizações que vem sacudindo o país desde junho. É a mesma postura repressiva que o governo utilizou de forma generalizada contra as passeatas, através do uso de bombas de gás e tiros de borracha. São métodos violentos similares aos da ditadura militar, com agentes infiltrados no movimento, e agora com perseguição e invasão das casas de vários ativistas.
Durante as Jornadas de Junho, a sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG) já tinha sido invadida. As invasões que se iniciaram hoje pela manhã têm uma tendência a se ampliar para outros ativistas. Essa postura escandalosa do governo Tarso é mais um ataque aos movimentos sociais. Na semana passada, três professores foram presos de forma truculenta após uma manifestação e, agora, estão sendo indiciados pelo governo.
Nós, do PSTU, seguiremos lutando contra a criminalização dos movimentos sociais, e faremos uma denúncia implacável ao governo Tarso. Essa é uma tarefa do conjunto dos movimentos sociais na defesa de cada ativista e contra a repressão dos movimentos sociais.
Absurda ofensiva policial contra os ativistas de Junho!
Nota do Juntos/PSOL sobre a repressão
Nosso camarada Lucas Maróstica, do Juntos, do Psol, ativista LGBT e do movimento estudantil, no DCE da UFRGS e na UNE, teve hoje pela manhã sua casa invadida e seu computador apreendido pela polícia. A acusação que embasa a ordem judicial é formação de quadrilha.
Essa ação de busca e apreensão da Polícia Civil trouxe nesse 1º de outubro de 2013 as piores lembranças do terrorismo de Estado.
Não é uma simples ação policial. É uma ação orquestrada contra os ativistas que estiveram em todas as passeatas de junho que sacudiram o país e acuaram a classe dominante. Assim como Lucas, Matheus Gomes, dirigente do DCE, militante do PSTU, teve sua casa vasculhada pela polícia na mesma ação. Outros movimentos e ativistas estão sofrendo a mesma agressão por parte das forças repressivas. Professores do Bloco de Luta foram presos na semana passada de forma arbitrária.
Seguindo à risca a cartilha das elites, primeiro ignoraram as passeatas. Depois criminalizaram na mídia. Em seguida, reprimiram duramente com bombas de gás, spray de pimenta e bala de borracha. Agora empreendem, com orientação política dos governantes e o respaldo judicial, uma perseguição implacável aos lutadores sociais.
O ataque às liberdades democráticas ocorridas hoje em Porto Alegre não são a alguns militantes. São um verdadeiro ataque às jornadas de junho. Podem perseguir milhares, mas não calarão milhões. Na luta contra o regime político da mentira, da corrupção, da repressão policial, da negação aos direitos do povo, nós seguimos lutando por outra sociedade possível e, cada vez mais, necessária.
Existem responsáveis políticos por esse dia.Tarso Genro está marcado como governo da truculência, repressão e violação de direitos básicos. Além de não cumprir suas promessas e ser parte do esquema da velha política, reproduz o jogo midiático da perseguição aos “vândalos”, que na ditadura eram chamados de “comunistas”, de “subversivos”. Mudam os rótulos, mas não mudam os métodos dos poderosos contra o povo mobilizado na luta por seus direitos.
Contra a violência do Estado responderemos com a luta incansável de milhões.
Nossa resposta não será isolada. Acreditamos que a única chance de conseguirmos vencer é empreender uma luta de massas, coordenado com o movimento social.
Se tocam em um dos nossos, tocam em todos!
Seguir nas ruas. Aumentar as passeatas. Jamais nos calarão!
Grupo de Trabalho Nacional do Juntos, 1º de outubro de 2013
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