Aconteceu, entre os dias 20 e 23 de
Setembro, mais uma reunião da ANCOP (Articulação Nacional dos Comitês Populares
da Copa) em Salvador (Bahia). Estiveram presentes dois representantes dos 11
comitês populares da Copa.
Os trabalhos iniciaram com um seminário
sobre mulheres e a Copa do Mundo, realizado pelo Comitê Popular da Copa de
Salvador e a Odara - organização baiana voltada aos direitos humanos,
especialmente a problemáticas das mulheres negras. A atividade contou com
diversas lideranças comunitárias de Salvador, e fez análises produtivas sobre
os impactos da Copa do Mundo FIFA na vida das mulheres e LGBTs ( lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).
A reunião também fez uma avaliação
das ações da jornada de lutas de Junho - Copa pra Quem?, que junto com o tema
da mobilidade urbana e do passe livre levaram milhões às ruas durante a Copa
das Confederações. Em todas as capitais que receberam os jogos houve
mobilização; em boa parte delas, a polícia e os governos reprimiram com
violência.
Foi consenso, entre os comitês
populares da Copa, de que não podemos ser a favor de uma Copa que viola
direitos. Não há mais dificuldade de ter uma posição como essa no "país do
futebol". Nas mobilizações de rua de Junho, eram comuns os gritos de
"FODA-SE A COPA" e "NÃO VAI TER COPA", além dos pedidos
para que investimentos da Copa fossem revertidos para a saúde e a educação.
No próximo período, a ANCOP,
juntamente com os 12 comitês populares, farão uma campanha importante contra a
FIFA e suas corporações, a fim de mostrar os impactos sociais e econômicos do
evento e desmascarar a rede de favorecimentos e de lucratividade de empresas,
empresários e até mesmo de alguns governos com a Copa. Fique atento!
No encontro, foi realizado ainda um
debate bem contundente sobre o papel do GT Moradia, criado pela Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República. O GT visitou as cidades-sedes há
quase um ano e sequer um relatório foi publicado - além de imenso desrespeito
às famílias atingidas, que não viram nenhuma ação por parte do governo federal
para, pelo menos, reduzir os impactos das obras da Copa.
A ANCOP se retira do GT e repudia a
morosidade dos espaços de participação, que hoje estão institucionalizados nas
esferas de governo e que não dão aos cidadãos brasileiros resposta aos seus
anseios, nas suas atividades mais básicas.
Em Março de 2014 acontecerá, em
Fortaleza (Ceará), um Encontro dos Povos Atingidos pela Copa do Mundo e suas
obras. O objetivo é avaliar as atividades que acontecerem até lá e programar os
próximos passos.
Com informações de Claudia Favaro, Fernando Campos Costa e Adriane Lacerda Carvalho, integrantes da ANCOP e representantes
do Comitê Popular da Copa Porto Alegre no encontro
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