sexta-feira, 27 de abril de 2012

Nesta sexta-feira (27/04): Reunião de mobilização do "Chave por Chave" na Moab-Caldas


COPA SIM
MAS SEM DESRESPEITAR DIREITOS

Continuam muitas incertezas. Tudo é anunciado pela TV e pelos jornais, como se tudo estivesse bem combinado com todos, mas o povo só tem dúvidas.

Além disso, a nossa experiência nos mostrou que NADA SE CONQUISTA SEM LUTA, mesmo quando temos governos populares que estão do nosso lado.

A pressão dos grandes, dos especuladores imobiliários também é muito grande. A nossa região é vista como um bom local para grandes negócios. É claro, para alguns. E a nossa força está na nossa organização e no fortalecimento da nossa capacidade de luta, que esta região da Grande Cruzeiro já mostrou que tem.

Venha defender seus direitos e participe da construção de uma grande mobilização de todos que vão ser atingidos pelas obras da Avenida Tronco de ponta a ponta:

- Não ao aluguel social. É CHAVE POR CHAVE!
- O valor do BÔNUS deve permitir alguém comprar uma casa na região. O pessoal está propondo o valor mínimo de 80 mil reais.
 

REUNIÃO DE MOBILIZAÇÃO:
27 de abril, sexta, 19 horas, no Centro Comunitário
Av. Moab Caldas - antiga Av. Tronco - Acesso 9, n° 484.

terça-feira, 24 de abril de 2012

MORADORES ATINGIDOS PELAS OBRAS DA TRONCO NO CRISTAL LANÇAM CAMPANHA "CHAVE POR CHAVE"

Moradores atingidos pelas obras da duplicação da Avenida Tronco, lideranças comunitárias, apoiadores e o Comitê Popular da Copa deram início à campanha "Chave por Chave" nas vilas Divisa e Cristal, no bairro Cristal, em Porto Alegre. Nesse sábado (21/04), o grupo conversou com os moradores sobre a falta de proposta concreta da prefeitura para realocamento das famílias que serão removidas para a realização da obra. Também foi entregue um boletim informativo e foram colados cartazes nas casas das duas comunidades divulgando a campanha.

O objetivo da campanha "Chave por Chave" é pressionar a prefeitura a atender às reivindicações dos moradores das vilas Divisa e Cristal (ambas no bairro Cristal). A prefeitura planeja iniciar a duplicação da avenida ainda em Abril. No entanto, somente pretende dar início às obras para construir as moradias das famílias, que serão removidas devido à duplicação da avenida, em Outubro. Durante esse tempo, a prefeitura quer colocar as pessoas no aluguel social, sem garantia de que elas recebam de volta uma moradia no bairro Cristal - pois a vontade da maioria delas é permanecer na região. Além disso, nas áreas desapropriadas pela prefeitura na região, até o momento, serão construídos apenas apartamentos, o que não atende ao desejo e ao direito de muitas famílias, que querem permanecer morando em casas no bairro. As áreas desapropriadas no bairro foram indicadas pela Comissão de Moradores das vilas e somente foram adquiridas pela prefeitura depois que os moradores realizaram protestos exigindo as áreas no Cristal.

Com a campanha, os moradores reafirmam uma das deliberações da assembleia comunitária realizada em Fevereiro passado, quando as famílias afirmaram que somente deixarão suas casas quando for concluída a construção das novas residências. Os moradores também reivindicam um bônus moradia de no mínimo R$ 80 mil, valor maior do que os R$ 52 mil oferecidos pela prefeitura, pois com este valor é muito difícil comprar moradias regularizadas na região, que está bastante valorizada.

A Campanha "Chave por Chave" será retomada na região no próximo sábado (28/04).  Os direitos da população devem ser respeitados! Antes da avenida, é preciso as casas!


Fotos: Moradores, lideranças e Comitê Popular da Copa Cristal dão início à Campanha Chave por Chave.Crédito das fotos: Leandro Anton/Quilombo do Sopapo

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Neste domingo (22 de Abril): Caminhe com a Ocupação 20 de Novembro pelo direito à cidade

As famílias da Ocupação 20 de Novembro moram ao lado do Estádio Beira-Rio (sede da Copa do Mundo de 2014 em Porto Alegre) e estão sendo removidas pela prefeitura para a construção do estacionamento do estádio.

Segue o convite. Traga tua família, teus amigos, colegas e parcerias. Traga teu apoio!
Ajude a divulgar! A luta é tod@s!



Conheça a 20 de Novembro: http://ocupacao20denovembro.blogspot.com.br/

Ancop protesta em stand do Comitê da Copa Fifa 2014 em Brasília


Na noite de quinta-feira, dia 19 de abril, a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa realizou uma manifestação na Bienal do Livro, em Brasília. Os manifestantes ocuparam o stand do Comitê da Copa Fifa 2014, que foi organizado pelo governo para mostrar para a população de Brasília o "magnífico legado da Copa 2014". 

O grupo contou com representantes dos comitês populares de 11 das 12 cidades-sede da Copa, que estão reunidos na Capital Federal para uma oficina de vídeos. Os manifestantes levaram faixas com inscrições como "Copa sim, despejo não", "Não à Lei Geral da Copa" e "Estádio não é shopping". Enquanto distribuíam panfletos, receberam o apoio de muitos dos presentes na bienal, que cantaram e caminharam junto com os manifestantes.

Confira a nota distribuída à população:   

Nota sobre o “Comitê da Copa” na Bienal do Livro


Comitê Popular-DF
 
Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa


A Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (ANCOP), reunida em Brasília entre os dias 19 e 22 de abril, tomou conhecimento da realização da 1a Bienal do Livro de Brasília e saúda com louvor iniciativas de promoção e socialização do conhecimento e do acesso à cultura e à leitura.

Neste sentido, a ANCOP, organização da sociedade civil que luta por diminuir os impactos negativos da Copa do Mundo no Brasil, tem o prazer de ocupar a banca criada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na Bienal caracterizada como “Comitê da Copa”.

Infelizmente esta ocupação não se deu a partir do diálogo democrático e saudável entre governo e sociedade civil. Este diálogo inexiste, não só no DF, mas em todo o Brasil, quando se trata de Copa do Mundo. A perspectiva do governo continua sendo a do não acesso à informação, à divulgação falsa de informações e de tentar “vender” um evento que cada dia mais retira direitos do povo, favorece a privatização, a especulação imobiliária e promove o bilionário desvio de recursos e prioridades públicas.

Lamentamos a não abertura de diálogo por parte do governo do DF e demais órgãos governamentais no sentido de promover o devido acesso à informação por parte da população, ainda mais em um evento como a Bienal do Livro. E, no intuito de colaborar com a precisão da informação - sentido importante de uma Bienal - gostaríamos, nestas poucas horas em que ocuparemos o Comitê da Copa na Bienal  (ainda que sem a permissão do GDF) apresentar alguns dos legados que a Copa do Mundo vem trazer para o DF e o país.

a) 1 em cada 1.000 brasileiros(as) estão perdendo suas moradias em virtudes das obras da Copa do Mundo e, até agora, a única iniciativa do governo federal foi de fazer debate com o Banco Mundial no sentido de criar uma política oficial de remoções, fortalecendo, portanto a criminalização e a retirada de direitos. Nos níveis subfederais, a violência e falta de diálogo caminha num ritmo cada vez mais forte.

b) As relações obscuras com a FIFA fazem com que o país se subordine a uma empresa privada, que coloca suas relações comerciais acima da soberania e constituição nacional, forçando a aprovação da Lei Geral. Denunciamos esta Lei que, além de inconstitucional, promove o monopólio dos lucros aos patrocinadores da FIFA e retira direitos sociais do povo. A Lei Geral que hoje tramita no Congresso não é necessária para a realização da Copa do Mundo. Ela não trata de esportes, mas de negócios privados e retirada de direitos.

            c) Milhares de brasileiros trabalham arduamente nos estádios e não têm seus direitos respeitados, não tendo sido atendidas as condições mínimas de segurança. Os 12 estádios, que já consomem bilhões de recursos públicos (entre gastos e isenções fiscais), poderiam ser destinados a outras ações sociais, no entanto, também caminham para a privatização - o que levará ao aumento do valor do ingresso, perda de liberdade do torcedor e do comércio e da cultura popular ao redor do estádio;

            d) Num momento em que o setor público se prepara para receber a Lei de Acesso à Informação, os mesmos governos continuam com a política da propaganda mentirosa sobre a Copa, os acordos com a FIFA continuam inacessíveis à população, favorecendo o jogo de influência nefasto e as chances de licitação fraudulentas e superfaturadas.

            e) Temos ciência do impacto que o turismo com a Copa pode trazer para o país, mas negamos as restrições de acesso e comércio ao povo brasileiro, que parece não ser bem vindo à sua casa, bem como a política de segurança que, ao invés de proteção, traz terror às comunidades e criminalização da pobreza, favorecendo a especulação imobiliária e a privatização dos espaços públicos. Também denunciamos a ausência de políticas de combate à exploração sexual e outras medidas de empoderamento e promoção da cidadania.

Brasília, 19 de abril de 2012.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Assembleia dos Moradores das Vilas Divisa e Cristal decide: É CHAVE POR CHAVE

Famílias atingidas pela duplicação da Avenida Tronco não deixarão suas casas antes de estarem prontas as residências para onde serão removidas.


A Prefeitura de Porto Alegre quer iniciar as obras de duplicação da Avenida Tronco (no bairro Cristal, Zona Sul da Capital) em Abril, mas até agora não disse para onde irão todas as famílias atingidas. E pior: nem sequer começou qualquer obra de construção de casas ou apartamentos populares para serem as novas moradias das pessoas. Segundo a Prefeitura de Porto Alegre, as obras das moradias iniciam somente em outubro.


Leia no Boletim Informativo do Comitê Popular da Copa Cristal nº 4, de Abril de 2012, sobre a decisão tomada em Assembleia geral pelos moradores das Vilas Divisa e Cristal e um histórico da luta na região. 

Para ler ele completo na internet clique aqui.

Leia os demais boletins informativos do Comitê Popular da Copa Cristal para que possa acompanhar toda a trajetória de resistência e organização comunitária pela luta de seus Direitos à Cidade. Clique sobre cada número listado abaixo e acesso o conteúdo dos boletins, boa leitura!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Oficina de Mapeamento Social do Comitê Popular da Copa de Porto Alegre

O Comitê Popular da Copa de Porto Alegre convida para Oficina de Mapeamento Social das obras da Copa em Porto Alegre nesta segunda-feira, dia 2, às 19h, na Sala 9 da Faculdade de Direito da Ufrgs.


O trabalho será coordenado pelo cientista político Sérgio Baierle, técnico da ONG Cidade.


O objetivo é identificar os conflitos gerados na cidade pelas obras da Copa do Mundo e as entidades envolvidas. Com isso, o comitê pretende elaborar um planejamento de ação.


A oficina é aberta a todos os interessados.

Folha de S. Paulo: População das cidades-sedes já sente reflexos das obras para a Copa-14

BERNARDO ITRI - ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA E PORTO ALEGRE
EDUARDO OHATA - ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE, RIO E SALVADOR
MARIANA BASTOS - ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA, NATAL E RECIFE

RODRIGO MATTOS - ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA, CUIABÁ E MANAUS


Meia dúzia de moradores da região do entroncamento entre a rua Estrada Engenho da Pedra, Leopoldo Rego e Alfredo Barcelos, em Olaria, no Rio, conversam, tranquilos, ao redor da mesa de um bar.


Surpreende a tranquilidade, pois já foi publicado no "Diário Oficial " que aquela área será desapropriada para dar espaço à Transcarioca, obra de BRT (ônibus rápido) que ligará a Barra da Tijuca ao aeroporto do Galeão.


Um frequentador do bar, que se identificou como Fernando, justificou a tranquilidade: "As coisas mudaram ".


"As casas e prédios daqui valem muito. As obras não vão mais passar aqui [na rua Engenho da Pedra], elas foram lá para os lados da rua Uranos [no bairro de Ramos]. Não vai ser difícil você descobrir onde é, o lugar está cheio de faixas de protesto. "


Fica próxima ao Complexo do Alemão. E é uma amostra de como a Copa pode afetar a vida dos que moram no seu caminho. "Achávamos que a situação iria melhorar após a pacificação ", explica Fernando Paiva Santos, 40, economista, que tem um comércio em área a ser desapropriada.


Extra oficialmente, a prefeitura confirma a mudança de rota, que privilegia área mais abastada em detrimento a uma comunidade humilde. Faixas de protesto tentam conter os cartazes de "passa-se o ponto ". Os moradores da região se mobilizaram, foi aberto inquérito civil questionando o novo traçado.


A rota da Transcarioca era originalmente uma reta que se estendia da avenida Brasil até o bairro da Penha.


Agora, o formato do traçado foi alterado, aumentando consideravelmente o comprimento da obra.


A Prefeitura do Rio afirma que a mudança serviu para diminuir o número de desapropriações, e aponta que a rua Uranos abriga 220 imóveis desocupados.


Segundo a prefeitura, a realocação de pessoas que moravam em favelas para a construção da Transcarioca já totalizou 88 famílias.


Em Natal (RN), ocorre caso semelhante ao do Rio.


Um dos projetos de mobilidade urbana traz suspeitas de que o traçado de desapropriações favoreça grandes empreendimentos em detrimento de residências populares e de classe média.


Com o plano da prefeitura na mão, Marcos Reinaldo da Silva, membro da Associação Potiguar de Atingidos pela Copa, apontou quais imóveis seriam desapropriados e quais seriam poupados no alargamento da avenida Capitão-Mor Gouveia, que terá corredor de ônibus.


"O projeto prevê ampliação em 15 metros na largura da avenida.. A linha de desapropriação ora pende para o lado esquerdo da avenida, ora para o lado direito ", explica Marcos Reinaldo. "Dá para perceber que algumas empresas serão poupadas. "


Ele cita três exemplos: Guanabara e Cidade das Dunas, companhias de ônibus, e Marquise, empresa contratada pela própria prefeitura para fazer a coleta de lixo.


Segundo ele, o esboço prevê a desapropriação de 269 residências, 119 imóveis comerciais e 41 terrenos.


Outro que deve ser afetado é o Centro de Comercialização da Agricultura Familiar. A construção, de mais de R$ 3 milhões, foi bancada por verba estadual e federal.


O local jamais funcionou. No projeto mostrado por Marcos Reinaldo, o traçado das desapropriações da avenida passa sobre o imóvel.
"O projeto não vai acabar com o Centro de Comercialização de Agricultura Familiar ", garante Jean Valério, secretário municipal da Copa do Mundo em Natal.
Ele nega também que haja um traçado seletivo de desapropriações na avenida. "O projeto é linear e não escolhe que local vai desapropriar. A prefeitura vai readequar o plano para ter o mínimo de desapropriações. "


REMOÇÕES EM MASSA


Em Porto Alegre (RS), chama a atenção o número de famílias que terão de deixar suas casas por conta das obras da Copa-2014.


Levantamento do Comitê Popular de Porto Alegre estima que 6.000 famílias serão removidas.
"Não queremos que aconteça com a gente o que aconteceu com o Pinheirinho, em São Paulo ", diz José Araújo, líder dos moradores da Vila Cruzeiro, um dos bairros que mais devem ser afetados.


Segundo Araújo, uma das propostas da prefeitura é ceder casas em regiões distantes de onde a população vive atualmente. Haverá ainda a necessidade do pagamento de aluguel.


A Prefeitura de Porto Alegre diz que ainda não há uma estimativa de quantas famílias serão desapropriadas, mas que todas terão respaldo das autoridades.


Em Curitiba, cidade considerada modelo em transporte público, 1.500 famílias devem ser desapropriadas pelas obras de mobilidade.


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